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sábado, 2 de março de 2013

A DURA REALIDADE DA FRONTEIRA BRASIL-BOLÍVIA

 


HERÓIS ANÔNIMOS

A vigilância Fitossanitária que os Agentes Fiscais Estaduais Agropecuários desenvolvem na Fronteira BRASIL-BOLÍVIA teve início em meados do ano de 2006 com a eclosão de febre aftosa no rebanho bovino do país vizinho. Com isso o Ministério da Agricultura através da Superintendência Federal de Agricultura MAPA-MT firmou convênio com o Instituto de Defesa Agropecuária do estado de Mato Grosso INDEA-MT e resultou numa força tarefa emergencial na região fronteiriça onde foi colocado em Pratica em fevereiro de 2007 a Operação “CONTENDO AFTOSA” que tem por finalidade proteger o rebanho bovino mato-grossense estimado em mais de 26 milhões de cabeças sendo o maior rebanho do Brasil protegendo qualquer ameaça de contaminação pelo vírus da aftosa, resguardando dessa forma o setor agropecuário de nosso estado que responde pela maior fatia do PIB estadual alavancando a sua economia através de arrecadação e geração de empregos.
A difícil missão de fiscalizar as nossas fronteiras, em uma faixa fronteiriça de 950 KM e aproximadamente 720 KM de fronteira seca entre o Estado de Mato Grosso e a Bolívia, advém de vários fatores onde podemos somar a falta de veículos,tecnologia,efetivo,estrutura,uma comunicação deficiente e grandes distâncias e principalmente a ínfima quantidade de recursos destinado a Segurança de fronteira explica o porque de Mato Grosso figurar nas manchetes dos grande jornais e Televisiva como uma região emblemática e que serve de porta de entrada para o tráfico internacional de entorpecentes e afins.
Nos dias atuais após idas e vindas a Brasília em busca de recursos, foi firmado através do FOCEM MERCADO LIVRE DE FREVE AFTOSA, com recursos do fundo para a convergência Estadual do MERCOSUL, com apoio do governo federal e estadual e com isso foram erguidos ao longo da Divisa do Estado de Mato Grosso e a Bolívia Barreiras Sanitárias condizentes, para que os servidores do INDEA e parceiros como Receita Federal Exército e Gefron possam desempenhar suas atribuições que no Caso do INDEA cabe à fiscalização de produtos e subprodutos de origem animal e vegetal na divisa com o País vizinho.
Nesse conjunto de esforços, os fiscais do INDEA-MT contam com o apoio do grupo especial de fronteira GEFRON-MT que nas folgas de suas jornadas prestam segurança aos servidores e simultaneamente executam suas atribuições de combater o tráfico de pessoas, evasão de divisas, descaminho, roubos de veículos e principalmente o tráfico de entorpecentes.
Atualmente o INDEA-MT conta com 07 barreiras sanitárias distribuídas estrategicamente ao longo da fronteira BRASIL-BOLIVIA, que são: Corixa, corixinha,Avião Caído(GEFRON),Las petas,fortuna,ponta do aterro e Marphil, onde os fiscais cumprem plantão de 10 dias consecutivos e ao término retornam imediatamente às suas unidades de origem sem a folga. A segurança é realizada pelos policiais do Gefron que após cumprirem a sua jornada habitual de trabalho na PM prestam serviço em plantão de 07 dias. Ambas as equipes recebem diárias no valor de R$ 110,00.
Como no segundo parágrafo do artigo, ainda hoje há muitas deficiências a serem sanadas, seja pelo governo estadual ou federal, como trata-se de uma região de fronteira caracterizada principalmente por ser em luar ermo e de difícil acesso e comunicação, temos um isolamento que por muitas vezes impede um trabalho 100% eficiente, pois nestas Barreiras não dispomos de telefone e internet e muitas vezes passamos dias sem noticias de nossos familiares, não podemos esquecer nunca que estamos falando de seres humanos e pais de famílias.
Por fim, é uma região que merece e precisa ter a atenção DE FORMA SÉRIA E COMPROMETIDA por parte de nossos governantes e gestores públicos, para ilustrar tudo que disse cito um exemplo clássico das ocorrências que são corriqueiras, como a do dia 01.03, primeiro dia de fiscalização na Fronteira a patrulha do GEFRON na região conhecida como Limão as margens da BR 070 ocorreu à apreensão de aproximadamente 54 kg de pasta-base de cocaína vindas através de pessoas conhecidas como “mulas”. Esse tipo de ocorrência sem entrar no mérito de periculosidade de se trabalhar na Fronteira com a Bolívia, que é um país conhecido por ser produtor de folha de Coca, produto cultural naquele país, porém, também utilizada na fabricação de entorpecentes essa região necessita principalmente neste período que o planeta volta os olhos para o Brasil e para Mato Grosso. Nosso Estado se estrutura para receber jogos da Copa do mundo e fortalecer as ações de investimentos e fortalecimento da FRONTEIRA BRASIL-BOLIVIA se mostra mais que uma exigência da FIFA. Essas ações sendo tomadas observaremos que em médio prazo terá um custo bem reduzido se comparado com as medidas paliativas que os crimes já citados oriundos da fronteira causam ao erário mato-grossense e brasileiro.

Max Campos é Servidor Público Estadual - INDEA-MT

Direto da Fronteira Brasil-Bolívia/ Exército Brasileiro